No Programa # 3 os apresentadores debatem as Grandes Marchas contemporâneas.
Primavera Árabe, Marcha das Putas, Marcha da Maconha, Marcha da Liberdade. No momento em que o mundo acorda e clama por liberdade, o Criminologia de Garagem debate as formas de manifestação da juventude contemporânea.
Na trilha sonora Beirut e Rage Against the Machine.
3 comentários:
Bah, curti muito a trilha sonora - Beirut foi uma feliz surpresa!
Pensando no paralelo que foi discutido no programa entre as diversas Marchas, a Primavera Árabe e os acontecimentos que ficaram conhecidos como O Maio de 68, talvez um ponto em comum seja o de movimentos que não atacam O governo, UM governo, mas sim uma determinada forma de governar (e aqui já pensando o governar para além dos limites do Estado), uma determinada forma de ser governado, não O Poder, mas uma certa forma em que o poder é exercido e, talvez por isso, a questão não se coloque enquanto "tomada do poder" e igualmente não se vincule a uma ideologia determinada. O alerta que fica, se esse paralelo estiver correto, é que, justamente por contestar a forma como o poder é exercido, assim como aconteceu no Maio de 68, tanto "Esquerda" quanto "Direita" oficiais podem se colocar como adversárias desses movimentos.
Marchar e Vencer. Ademar Bogo.
Abriu-se para nós
Nesta fresta de tempo ao fim do século
A possibilidade de dizer:
Que fome, miséria e tirania não são heranças
Heranças são as obras, sãos os feitos, são os sonhos
Desenhados pelos pés dos velhos caminhantes
Que plantaram na história sementes de esperança
E nos legaram a tarefa de fazer
Através da luta, o caminho de vencer.
Marchar é mais do que andar
É traçar com os passos
roteiro que nos leva à dignidade sem lamentos.
As fileiras como cordões humanos
Mostram os sinais dos rastros perfilados
Dizendo em seu silêncio
Que é preciso despertar
E colocar em movimento
Milhões de pés sofridos, humilhados em todo o tempo
Sem temer tecer a liberdade.
E nessas marcas de bravos lutadores
Iniciamos a edificação de novos seres construtores
De um projeto que nos levará à nova sociedade.
Marchamos por saber que em cada coração há uma esperança
Há uma chama despertada em cada peito
E a mesma luz é que nos faz seguir em frente
E tecer a história assim de nosso jeito.
A dor, a fome, a miséria e a opressão não são eternas
Eternos são os sonhos, a beleza e a solidariedade
Por estarem ao longo do caminho de quem anda
Em busca da utopia nas asas da liberdade.
As marchas alimentam grandes ideais
Porque grande é o sonho de cada caminhante
Que faz nascer do pranto a alegria
Da ignorância a sabedoria
E das derrotas vitórias triunfantes.
Venham todos! – Dizem nossas bandeiras
Que se balançam como chamas nas fogueiras
E queimam as consciências de nossos inimigos
Que fazem da pátria galhos onde se aninham
Abutres que comem:
Das fábricas os empregos,
Dos hospitais os remédios e a saúde
Das escolas as letras que educariam a juventude,
E da terra o direito de viver a liberdade.
Assim a pátria passa ser de propriedade
Privada, escravizada e obrigada
A entregar aos filhos logo ao nascer
A incerteza de passar o dia e não ver o anoitecer.
Marchar se faz necessário
Para espantar os abutres desta estrada
E construir sem medo o amanhecer.
Pois, se eternos são os sonhos
Eterna também é a certeza de vencer.
E quando sai o próximo?
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